sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Análise: Os Quatro Pilares (Kamen Rider Gaim)


Recentemente, eu terminei de assistir Kamen Rider Gaim e posso dizer pra vocês que essa série me surpreendeu completamente. Realmente, a fama que essa série tem de ser uma das melhores da franquia Kamen Rider (e dos tokusatsu em geral) não é brincadeira. Gaim abriu mão de vários clichês vistos nas séries anteriores e apostou em uma trama mais elaborada, com personagens de moralidade dúbia e situações de extrema tensão e suspense. Apesar do visual exageradamente colorido e extravagante dos Riders e alguns momentos de humor pastelão (duas características bem presentes nas séries atuais), Gaim não deixou de surpreender e suas qualidades superam, tranquilamente, seus defeitos. Claro que muitos vão criticar e dizer que essa série é superestimada, isso é comum, mas para mim, Gaim entrou em terceiro lugar no meu Top 3 Séries Kamen Rider (perdendo apenas para Blade  em segundo e W em primeiro).

No entanto, eu não vim aqui falar da série em si. Não que não tenha o que comentar sobre essa série, pelo contrário, mas eu decidi fazer esse post para falar, especificamente, dos quatro Riders principais da série (Gaim, Baron, Ryugen e Zangetsu). Muitos falam que os outros Riders foram mal aproveitados, mas eu discordo, porque os que tinham importância pra trama são esses quatro que eu citei. Os outros cumpriram bem os seus papéis e até que não fizeram feio (apesar que alguns tiveram finais lamentáveis, mas não faz mal), não é porque eles eram Riders que eles tinham que ter a mesma importância que os quatro principais, mas enfim, não vou me aprofundar nisso. O ponto é que eu tenho muito o que comentar sobre esses quatro, então chega de enrolação e vamos para o que interessa.

Kouta Kazuraba (Kamen Rider Gaim)


Começando pelo começo, claro. Pra mim, Kouta foi um ótimo protagonista, não só pelo carisma e por ser um excelente lutador, mas pelo seu desenvolvimento. No começo, Kouta era um jovem rapaz tentando amadurecer e se tornar um adulto responsável. Mesmo falhando em todas as suas tentativas de arranjar um emprego para ajudar sua irmã mais velha com as despesas do lar, Kouta nunca desistiu. Já começa por aí, desde o começo ele demonstrava ter um senso de responsabilidade enorme, mas além disso, sua perseverança e força de vontade também foram fatores que tornaram Kouta um personagem incrivelmente simpatizável e carismático. Confesso que, em alguns momentos, achei ele um tanto chato, não por ser moralista (eu também sou), mas por ficar gritando com os outros com frequência (mesmo que por uma boa causa, era bem chato na hora), porém, esse fator foi sendo corrigido próximo do final, então não tem problema.

Agora vamos falar do que eu mais gostei do Kouta: Seu desenvolvimento como personagem. A primeira vista, se comparado com os outros três Riders, Kouta pode parecer um personagem um tanto vazio e superficial, até por não ter objetivos traçados no começo fora a motivação-padrão de todo protagonista (salvar o mundo e todas as pessoas). De fato, no começo ele até podia parecer que seria um personagem genérico, mas felizmente, à medida que a série foi avançando, ele passou por muitos momentos tensos e, graças a isso, ele foi melhorando como personagem.

Seu amadurecimento foi notável, até porque, no começo, apesar de querer se tornar um adulto logo, quando ele virava Rider, era possível perceber que, no fundo, ele queria continuar sendo jovem e se divertir com seus amigos, assim como muitos de nós (eu, pelo menos, não queria crescer nunca). No entanto, quando ficou sabendo de tudo que a Yggdrasil estava fazendo por debaixo dos panos, usando os Beat Riders como cobaias e ainda planejando matar milhões de pessoas à qualquer momento, usando o pretexto de que isso era pelo bem do restante da humanidade, Kouta percebeu que ele tinha um enorme dever. Ele não comprava de forma alguma a ideia do Takatora que acreditava que certos sacríficos eram necessários, pelo contrário, Kouta acreditava que poderia salvar a todos sem abrir mão de nada, porém, no final, ele percebeu que as coisas não funcionam dessa forma. Ele amadureceu e percebeu que, para conseguir algo, ele precisava abrir mão de alguma outra coisa, e foi exatamente isso que ele fez. Ao perceber que, para poder derrotar seus inimigos, ele precisava abrir mão de sua humanidade, ele fez isso sem pensar duas vezes. Ele entendeu que é isso que um adulto deve fazer para alcançar seus objetivos. Mesmo sabendo das consequências, ele não hesitou.

Agora pare pra pensar, quantas vezes nós mesmos tivemos que fazer um "sacrifício" ou outro para podermos conseguir algo que queríamos ou precisávamos muito? Quantas vezes nós somos obrigados a mentir no dia-a-dia? Quantas horas nós passamos estudando e/ou trabalhamos, mesmo contra nossa vontade, para podermos ter a garantia de um futuro de sucesso? Nós frequentemente temos que tomar decisões no dia-a-dia que nós consideramos difíceis, mas que são banais, na verdade. O sacrifício que o Kouta fez pela humanidade foi infinitamente maior que isso. A conclusão do seu processo de amadurecimento foi quando ele foi obrigado a tirar a vida do Kaito, coisa que o Kouta do começo da série jamais faria. Esse momento foi quando ele deixou de ser um "garoto" e se tornou um verdadeiro homem, até porque, se ele não tivesse sacrificado o amigo, teria "sacrificado" toda a humanidade.

Concluindo, Kouta foi um protagonista excelente e muito bem construído. O desfecho dele não poderia ter sido melhor. Só pra encerrar essa parte, queria comentar sobre uma das críticas mais frequentes com relação ao personagem. Alguns dizem que ele ganhava os poderes novos com muita facilidade, diferente de outros Riders que, para poderem ficar mais fortes, sofreram um monte. Isso pode ser até verdade, mas vamos nos lembrar que, sempre que ele ganhava uma Lock Seed nova, acontecia algo na vida dele que o obrigava a tomar medidas drásticas. Um exemplo disso é quando ele confrontou o Takatora depois de roubar a Lock Seed da Minato e ele revelou ao Kouta que o primeiro Inves que ele matou era, na verdade, o Yuuya. Esse momento foi tenso.

Kaito Kumon (Kamen Rider Baron)

O meu personagem favorito de Gaim. Kaito começou na série como um personagem arrogante e que não estava nem aí pra ninguém. À princípio, poderia se achar que ele era só um cara chato e implicante, mas na verdade, ele não é nada disso. Kaito teve uma infância normal, porém, quando a Yggdrasil chegou em sua cidade e começou a modificá-la, a raiva e a frustração tomaram conta de si. Por ser criança, ele não entendeu porque aquilo aconteceu, mas aquilo fez ele perceber que as pessoas fracas não podem fazer nada contra os fortes. Quem comanda o mundo são as pessoas fortes e influentes e, ao se dar conta disso, Kaito mudou drasticamente sua personalidade e se tornou um jovem amargurado e revoltado com a sociedade.

A primeira vista, parecia que o Kaito tinha complexo de superioridade, por achar que podia, simplesmente, pisar em quem era "inferior" a ele, porém, no final, ficou claro que era exatamente o contrário. Kaito tinha complexo de inferioridade, ele acreditava que, por ser fraco, ele não tinha a capacidade de fazer aquilo que era queria do jeito que ele queria, por isso que ele era sempre carrancudo. Ele começou a dançar por aquele ser um modo de demonstrar superioridade dentro de seu alcance. Quando ele teve a oportunidade de fazer parte da Yggdrasil, ele não pensou duas vezes e abandonou a dança. Tudo que ele queria era ficar mais forte e ditar suas próprios leis, mas apesar de seu discurso autoritário de que os mais fracos mereciam ser massacrados, ele nunca praticou isso quando integrou a Yggdrasil.

Apesar de ter feito isso algumas vezes quando era dançarino, o Kaito desprezava todos aqueles que pisavam nos mais fracos. Todos aqueles que pretendiam ficar mais fortes se aproveitando dos mais fracos eram seus verdadeiros inimigos, tanto que ele falou isso pro Micchy quando o confrontou. Ele não considerava o Kouta um inimigo porque ele sabia que suas intenções eram puras e corretas, muito diferente do Micchy que ele desprezava por ser, segundo ele, um "verme" tentando usar os próprios companheiros e familiares para ficar mais forte. Pode até ter soado um tanto hipócrita para muitos, mas ele realmente odiava os fortes opressores. Mas então isso significava que ele se odiava? Sim, ele se odiava. Ele nunca precisou falar isso pra ninguém para ficar claro pra mim. Apesar de ter seus objetivos egoístas, ele nunca deixou de lado seus ideais. Ele nunca riu de ninguém, ele nunca zombou de ninguém por ser fraco e, principalmente, nunca deixou de incentivar ninguém a continuar se esforçando para ficar mais forte, pelo contrário, ele sempre incentivou a Mai a continuar dançando e fazer aquilo que ele mais gostava e também nunca desistiu de tentar fazer o Kouta abrir os olhos e perceber que seu melhor amigo era um mentiroso traiçoeiro.

Nos últimos episódios, quando ele comeu um dos frutos de Helheim e se transformou em um Overlord, ele revelou ao Kouta que, o que ele queria, na verdade, era criar um mundo onde os fracos não fossem oprimidos pelos fortes. Ele queria destruir a humanidade por acreditar que os humanos eram incapazes de melhorar e parar de cometer erros, por isso ele estava disposto a matar todos e começar a população do zero. Tudo que ele queria era um mundo de paz onde todos pudessem viver bem juntos, mas ele sabia muito bem que a raça humana jamais tornaria isso possível. No fim, o próprio Kouta admitiu que o objetivo da Kaito era certo, apesar de ter tomada as decisões erradas.

O mais incrível de tudo é que, quando ele estava prestes a morrer, ele não ficou triste ou arrependido, ele ficou contente pois a sua morte era, na realidade, sua libertação. Ao morrer, ele ficaria enfim livre do mundo opressor e cruel que ele vivia, ele não precisava mais fazer coisas que ele não gostava só para poder continuar vivendo, ele não precisava mais pisar em ninguém ou falar coisas absurdas ou imorais, ele podia enfim descansar. Tudo que o Kaito fez foi contra sua vontade, afinal, ele não escolheu viver em um mundo tão desigual e irracional. Ao contrário do que se poderia esperar, eu não fiquei triste por ele ter morrido, apesar dele ser o meu favorito da série, eu fiquei feliz pois, no fundo, ele queria ficar livre, mas ele não podia. Quando seu espírito conversou com a Mai pela última vez, foi a única vez na série toda que ele sorriu, porque ele estava feliz com seu destino.

Apesar de ter cometidos muitos erros, ele no fundo só queria ser uma pessoa boa. Ele é um exemplo perfeito daquela frase do Rousseau: "O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe". Ao meu ver, Kaito é o personagem mais mal-compreendido da série, pois muitos acham que ele fazia o que fazia porque gostava. Eu me identifico muito com o Kaito, porque eu também me revolto com muitas atitudes da maioria das pessoas, mas eu sou obrigado a ficar calado porque eu não tenho voz para falar, que nem o Kaito não tinha. 

Resumindo esse parte: Kaito é o cara!

Mitsuzane Kureshima (Kamen Rider Ryugen)

O que falar do Micchy, não é mesmo? Esse carinha conseguiu despertar o ódio de inúmeros telespectadores por conta de suas ações e não é pra menos. Micchy fez tanta coisa ruim ao longo da série que eu poderia fazer um post inteiro só detalhando todos os erros que ele comete (e acredite, ficaria maior que esse post aqui). Entretanto, não dá para dizer que ele estava 100% errado no final das contas, ele teve seus motivos e, por isso, muitos dizem que ele não fez nada de errado. Claro que não é bem assim, mas vamos por partes.

Criado pelo próprio Takatora depois da morte dos pais, Micchy cresceu à sombra do irmão mais velho, nunca conseguindo ser reconhecido da maneira que ele queria. Isso fez ele desenvolver uma inveja monstruosa pelo irmão. Quando ele começou a fazer parte da Equipe Gaim, ele se encantou pela Mai e queria fazer de tudo para que ela o notasse, mas ela reparava mais no Kouta do que qualquer outro. O ciúme que ele sentiu, posteriormente, desenvolveu-se para um complexo de inferioridade que o levou a se tornar um "barril de pólvora" pronto pra explodir a qualquer instante. O momento da "explosão", no caso, foi quando ele se tornou um Rider e descobriu sobre a Helheim e o que o Takatora estava fazendo na Yggdrasil. À partir daí, Micchy pôs pra fora todos os seus sentimentos negativos e passou a fazer qualquer coisa para atingir seus objetivos.

Micchy foi um dos personagens mais inescrupulosos e obcecados que já apareceu em um tokusatsu. Ganancioso, obsessivo, mentiroso, falso, manipulador, ladrão, impulsivo e até insano em determinado momento da série. Ele não hesitou em momento nenhum e fez tudo aquilo que estava em seu alcance para mostrar a todos do que ele era capaz. Mas afinal, por que eles fez todas esses coisas? Simples, foi por amor. Micchy era apaixonado pela Mai e queria tê-la de qualquer maneira. Para tanto, ele chantageou o Sid para ter o seu próprio Sengoku Driver e, quando se infiltrou na Yggdrasil, ele estava disposto a acabar com o Kouta de qualquer maneira, por esse ser muito melhor que ele em vários aspectos e, de certa forma, ameaçar os seus planos. Ele também estava disposto a fazer qualquer coisa para superar seu irmão mais velho e poder, finalmente, ficar fora de sua sombra.

Muitos odeiam esse personagem, mas será que ele merece mesmo todo esse ódio? Será que nenhum de nós faria o que ele fez? Eu acredito que ele fez muitas coisas bem graves e se permitiu dominar por sentimentos negativos de ódio, paixão, inveja e ganância, o que é repreensível, por outro lado, ele fez o que fez porque queria ser reconhecido. Não é totalmente justo atribuir toda a culpa para ele, pois tanto o Takatora quanto o Kouta influenciaram indiretamente para o Micchy ser do jeito que ele foi. Ambos só queriam o melhor pra ele, mas eles não sabiam como ele realmente se sentia. Ele podia ser incompreendido e se sentir excluído de certa forma, pois mesmo se esforçando para agir corretamente, ele não se sentia recompensado e, por isso, ele resolveu deixar isso de lado e passou a fazer de tudo para concluir seus planos.

Porém, mesmo ele tendo seus motivos, não dá pra dizer que ele não tinha uma visão distorcida sobre o mundo e as pessoas. À medida que a série avançava, ele foi cada vez mais se corrompendo por causa da raiva e da indiferença que ele achava que sofria das pessoas próximas a ele. Ele não entendia como a vida funcionava e, por conta disso, acabou se deixando levar por muitas pessoas verdadeiramente ruins que só queriam lhe usar, primeiramente os "amigos" do Takatora e depois os Overlords. Ele não teve discernimento e acreditou realmente que estava fazendo o certo. Micchy foi o personagem mais humano da série, porque ele foi o que mais errou e o que mais tinha defeitos. Esse é a razão de ter gente que o defenda, apesar de ser odiado pela maioria.

Na minha opinião, Micchy não merece todo esse ódio no final das contas, até porque, no fim, ele percebeu que errou e se arrependeu profundamente. Ele não era verdadeiramente ruim, ele só foi ingênuo e se permitiu ser manipulado. Ele errou muito, claro, mas muitos erraram com ele também, mesmo que não da mesma forma. Concluindo, Mitsuzane Kureshima teve seus erros e sofreu por causa deles. No fim, ele perdeu tudo quase tudo e mesmo que seus amigos quisessem deixar pra lá tudo que ele fez, ele não conseguia se perdoar. Antes de julgá-lo, vamos pensar bem se nós não faríamos o mesmo que ele, ok?

Takatora Kureshima (Zangetsu)

E pra finalizar, o personagem favorito de muitos fãs de Gaim. Takatora foi o homem que descobriu sobre Helheim e criou a Yggdrasil para poder impedir os avanços da floresta sobre a Terra. Takatora é, na verdade, o personagem mais complexo dessa série, mais até que o Kaito, na minha opinião. No começo, ele parecia um vilão lutando contra os Beat Riders sem nenhum motivo aparente, mas em pouco tempo nós descobrimos que não é nada disso. Ele tinha um senso de justiça e de responsabilidade semelhante ao do Kouta, mas diferente deste, Takatora estava mais do que preparado para tomar medidas drásticas em favor de um bem maior.

Takatora, em muitos aspectos, me lembra o Ozymandias de Watchmen. Este, apesar de ter matado milhões de pessoas e enganado o mundo inteiro, ele fez isso visando um bem maior (a paz mundial, no caso), no fundo ele sabia que seu pecado era imperdoável, mas ele não hesitou em executar seu plano, pois ele acreditava que aquilo tudo valia a pena se o mundo se tornasse um lugar melhor. Eu nem preciso dizer que com o Takatora foi a mesma coisa. Mesmo não tendo feito nada de ruim na série toda, a qualquer momento, ele pretendia sacrificar Zawame e todos os seus habitantes se isso significasse salvar o mundo. Ele sabia que era um pecado muito grande, no entanto, ele estava disposto a suportá-lo se fosse para garantir a salvação do mundo. Ele era extremamente altruísta e consciente. Fora isso, ele se preocupava com todos a sua volta e, mesmo tendo sido enganado pelas pessoas que ele mais confiava, ele não deixou de lutar por aquilo que ele acreditava.

A relação dele com seu irmão mais novo é um dos mais interessantes de Gaim. Ele não mimava o Micchy como qualquer irmão mais velho faria, ele era rígido e exigia sempre que seu irmão caçula se esforçasse para ser alguém bom como ele. Ele amava o Micchy do fundo do coração e acreditava que ele não merecia se envolver com seus negócios, dado os riscos que estes ofereciam. Takatora realmente achava que tinha o controle de tudo, mas quando ele descobriu que o Micchy era um Beat Rider, apesar do choque inicial, ele sentiu orgulho pois achava que o irmão tinha amadurecido e podia confiar nele. Claro que nem passou pela sua cabeça que o Micchy faria tudo aquilo que ele fez e, mesmo quando ele descobriu, não ficou com raiva do irmão, pelo contrário, ele ficou deprimido porque acreditava que o Micchy ficou daquele jeito por não ter lhe dado o devido amor e atenção. Ele focou tanto em seus negócios que deixou de lado a pessoa mais importante de sua vida. Apesar de muitos dizerem que ele não teve culpa de nada, ele acreditava que falhou como irmão mais velho porque não impediu o irmão caçula de se tornar uma pessoa ruim. De certo modo, era culpa dele mesmo, porque o que motivou o Micchy, inicialmente, foi a inveja que ele sentia do Takatora, fato esse que ele deveria ter imaginado.

No entanto, apesar de ter cometido erros, isso não muda o fato dele ter sido um personagem excelente. Ele, assim como o Kouta, não lutava por si mesmo, mas pelos outros. Diferente do Kouta, no entanto, ele estava disposto a se sacrificar por um bem maior, por isso ele fez tudo aquilo. Curioso é que, no fim, quem se sacrificou foi o Kouta mesmo e o Takatora ganhou uma chance de consertar seus erros, dando mais atenção pro Micchy e garantindo a segurança de todos. O melhor do Takatora é isso, ele era extremamente honrado, responsável, bondoso e queria fazer o bem para todos, entretanto, ele sabia que isso não era possível e acreditava que sacrifícios eram um mal necessário. Mesmo se ele morresse e fosse para o inferno, caso ele alcançasse seu objetivo de salvar a humanidade, ele não ficaria triste, pois ele estava pronto para receber qualquer punição pelas suas ações. De certo modo, tudo de ruim que aconteceu com ele na série, a traição dos amigos e do seu irmão, entre outras coisas, foram a punição dele pelos seus pecados. Até o fim, ele não desistiu de lutar e fez de tudo para garantir que a humanidade não fosse destruída.

Outra coisa muito legal é que, apesar de ter sofrido um monte na mão de outras pessoas, ele não guardou nenhum rancor. Ele sentiu pena ao ver o Sid sendo morto pelo Rosyuo, ele perdoou a Minato e ainda se esforçou para "acordar" o Micchy e fazê-lo perceber que ele estava comentando vários erros, um atrás do outro. Takatora foi um verdadeiro herói e um verdadeiro exemplo de ser humano. Mesmo pronto para matar milhões de pessoas, ele não queria isso realmente, mas ele acreditava que somente ele poderia suportar o peso de tantos pecados. Por fora, ele permanecia inabalável na maior parte do tempo, mas por dentro, sua alma chorava de tanta angústia. Em outras palavras, Takatora foi o personagem que mais sofreu, tanto fisicamente quanto psicologicamente, mas esse sofrimento todo serviu para limpar sua alma de seus pecados, mesmo que parcialmente. O sacrifício do Kouta o fez perceber que suas ações não foram em vão e estava disposto a limpar toda a sujeira causada por ele direta e indiretamente. Do auto-controle de um herói para a frieza de um vilão, esse é Takatora Kureshima.



Muito obrigado a todos que leram o post inteiro. Lembrando que esse post não é uma verdade absoluta, tudo que foi dito aqui foram interpretações minhas sobre os personagens, por isso eu posso ter errados em alguns momentos. Qualquer coisa, me falem onde eu errei para eu poder aprender mais, o que é sempre bom. Muito obrigado, mais uma vez, a todos que estão apoiando o meu blog e me dando dicas para posts futuros. Não deixem de opiniar sobre minha análise e, caso eu tenho dito algo que não condiz com a realidade, me fale para eu ficar sabendo melhor. Obrigado mais uma vez e até a próxima!

Um comentário:

  1. por que esse post não tem nenhum comentário
    ficou simplismente incrivel
    me ajudou muito a melhor a forma como eu via o Baron
    parabéns pelo post :D

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